Colors: Cyan Color

O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu, nesta quinta-feira (26), a tese que define como será a aplicação da responsabilidade das redes sociais por postagens de seus usuários.

Ou seja, fixou em que situações as plataformas digitais podem ser acionadas, na Justiça, por conta de conteúdos ilícitos de terceiros.

A decisão foi tomada na décima segunda sessão da Corte sobre o tema. Com isso, foi concluído o julgamento de dois recursos extraordinários que discutiam a possibilidade de punição a estas plataformas.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre a decisão do STF:

O que o Supremo analisou?
A questão envolve a chamada responsabilidade civil, ou seja, a possibilidade de que alguém seja acionado e condenado na Justiça por danos causados por uma ação ou omissão, sua ou de outra pessoa. Se isso ficar configurado, a Justiça pode condenar a pessoa ao pagamento, por exemplo, de indenizações.

A Corte julgou dois recursos que discutem o alcance da responsabilidade civil de plataformas digitais por conteúdos de seus usuários. O tema está previsto no artigo 19 do Marco Civil da Internet.

A lei, que entrou em vigor em 2014, funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil - estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas.

Já ouviu falar em "Jensanity"? Este foi o nome dado para a comoção provocada pelo presidente da Nvidia, Jensen Huang, em uma feira de tecnologia em Taiwan, no fim de maio.

Huang, de 62 anos, é considerado um herói em seu país de nascimento. O ex-lavador de pratos se tornou um dos dez mais ricos do mundo depois de migrar para os Estados Unidos e criar a Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo entre as listadas na bolsa, nesta quarta-feira (4).

Não foi a primeira vez que a Nvidia roubou este posto da Microsoft. A fabricante de chips vem ganhando espaço no noticiário por ser um dos maiores expoentes na inteligência artificial. E central na disputa entre EUA e China pela liderança nessa tecnologia.

O valor das ações da Nvidia mais do que quadruplicou nos últimos três anos, já que a empresa impulsionou o surgimento de sistemas avançados de IA, como ChatGPT, Claude e outros. A companhia americana foi avaliada em US$ 3,446 trilhões nesta quarta.

Mas a fama da Nvidia começou anos atrás, no mundo dos games.

Ao longo da história evolutiva, a humanidade conviveu com inúmeros parasitas. No entanto, de acordo com pesquisadores da Universidade Nacional Australiana, o maior parasita da era atual não tem patas nem antenas: ele tem uma tela sensível ao toque, aplicativos sofisticados, uma conexão Wi-Fi e se esconde confortavelmente em nossos bolsos, constantemente capturando nossa atenção.

Em uma análise recente publicada no Australasian Journal of Philosophy, a filósofa Rachael Brown e o biólogo Robert Brooks defendem que os smartphones atendem, em termos evolutivos, a todos os critérios para serem considerados parasitas. Não no sentido metafórico, mas real: eles sobrevivem às nossas custas enquanto nos geram danos.

Como explicou Brown em um comunicado, "apesar de suas vantagens, muitos de nós somos reféns de nossos telefones, incapazes de nos desconectar completamente".

E, segundo os pesquisadores, os usuários pagam o preço com falta de sono, relações sociais mais fracas e diversos transtornos de humor.

O WhatsApp vai exibir anúncios no Status, área parecida com o Stories do Instagram. Além disso, canais poderão cobrar usuários por acesso a conteúdo exclusivo e pagar para terem mais destaque nas sugestões do aplicativo.

As mudanças se concentram na aba "Atualizações" e começam a ser liberadas nesta segunda-feira (16). Não haverá anúncios na aba "Conversas" e, segundo o WhatsApp, suas mensagens não serão usadas para direcionar propaganda.

O chefe global do WhatsApp, Will Cathcart, afirmou em entrevista exclusiva ao g1 que a plataforma quer garantir a todos que nada mudará em relação à privacidade e que o conteúdo compartilhado por usuários continuará sendo protegido por criptografia.

 Ainda de acordo com o WhatsApp, seu número de telefone nunca será vendido ou compartilhado com anunciantes.

"Não podemos segmentar anúncios com base no que você diz ou em quais amigos você envia mensagens. Os anúncios serão baseados em como você usa a aba 'Atualizações'", afirmou.

Uma nova ferramenta de inteligência artificial do Google está mudando a forma como vídeos são criados. Chamada de Veo 3, a tecnologia permite gerar cenas realistas com personagens, trilhas sonoras e até sotaques, tudo a partir de comandos de texto.

Com a ferramenta, é possível criar vídeos com atores fictícios, expressões emocionais e falas personalizadas. Basta digitar um prompt (uma instrução à ferramenta) e o sistema transforma o texto em imagem e som.

“Ele consegue gerar vídeos realísticos de qualquer tipo de situação que você quiser. Isso apenas digitando comando de texto, o prompt de comando. É o roteiro que você vai dar para ela gerar aquele tipo de conteúdo”, explica o especialista em IA Brunno Sarttori.

 A Veo 3 também permite criar trilhas sonoras e efeitos com comandos simples, e controlar até o tom emocional dos personagens.

“Você pode criar um vídeo de um ator e dizer a forma com que ele deve expressar aquelas palavras. Se ele deve estar triste, deve estar emocionado... É só vocês especificar no prompt de comando”, diz Sarttori.

Arlindo Galvão, professor do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás, afirma que “com pequenos comandos, feitos em linguagem natural, essa cotidiana, que a gente usa no dia a dia”, é possível conseguir resultados com uma qualidade impressionante.

Um dos testes feitos pelo Fantástico usou o comando “Eu em Paris numa época marcante”. O resultado foi surpreendente: “O Fantástico veio até a Paris do século XIX, na construção da Torre Eiffel.”

Fazer de 20 a 30 perguntas para uma plataforma de inteligência artificial pode evaporar o equivalente a meio litro de água potável. Longe dos computadores e celulares, todos os dados processados pelas IAs passam por data centers que consomem muita energia e milhares de litros de água para se resfriarem. O uso de água é um dos pontos de debate por trás da ação do governo brasileiro, que tenta atrair a instalação desses centros no país com a promessa de redução de impostos.

Os data centers são espaços onde ficam os servidores usados para processar, gerenciar e armazenar grandes volumes de dados digitais. É deles que saem as respostas que o ChatGPT, por exemplo, te dá. Esses centros exigem uma infraestrutura robusta, com alto consumo de energia e sistemas de resfriamento que utilizam água potável.

Uma pesquisa feita no ano passado, na Califórnia, analisou a água usada tanto na geração de energia quanto no resfriamento dessas máquinas para estimar o gasto do ChatGPT. O que os cientistas descobriram é que, a cada comando com 20 a 50 perguntas, meio litro de água potável evapora.

Se o número parece pequeno, é preciso lembrar que a ferramenta tem 400 milhões de usuários semanais. Se todos se limitassem a esse volume de comandos, a água usada seria suficiente para manter cidades brasileiras inteiras por pelo menos um dia.

Os data centers não processam apenas as IAs, mas também outras tecnologias. No entanto, desde a chegada das ferramentas de inteligência artificial, o consumo de água vem registrando recordes. (Veja mais abaixo)

O governo brasileiro enviou representantes para os Estados Unidos em uma jornada de encontros para atrair empresas para o país e instalarem seus data centers. Para isso, o país quer oferecer menos impostos para quem quiser vir ao Brasil.

O TikTok lançou nesta quarta-feira (8) sua plataforma de comércio eletrônico no Brasil, o TikTok Shop.

A novidade, que passa a concorrer com grandes varejistas como Amazon, Magalu e Americanas, promete transformar a forma como os usuários descobrem e compram produtos na rede social, ao adotar o conceito de "compra por descoberta".

Segundo a empresa, a plataforma integra descoberta e compra dentro do próprio aplicativo, permitindo que marcas, vendedores e criadores usem o TikTok para impulsionar seus negócios.

O serviço já está disponível em países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Espanha.

A proposta é que o usuário encontre e adquira produtos sem sair da rede social.

Especialistas em inteligência artificial estão entre os mais procurados no mercado de trabalho. E, apesar dos salários altos, que podem ultrapassar os R$ 20 mil por mês, muitas pessoas não apostam na área por considerá-la muito difícil.

Mas o que fazer para quebrar essa barreira? Uma saída pode ser apostar em cursos rápidos, que fazem uma introdução à inteligência artificial.

O Google Cloud, empresa de computação em nuvem do Google, se comprometeu a treinar 1 milhão de brasileiros em inteligência artificial e tecnologias de nuvem. O anúncio foi feito na terça-feira (29), durante o Web Summit Rio

Para isso, a empresa oferece programas de formação em parceria com instituições de ensino, além de cursos no canal do Google Cloud no YouTube e na plataforma Cloud Skills Boost.

 Eles incluem treinamentos sobre inteligência artificial generativa, infraestrutura de nuvem, análise de dados e cibersegurança. Os cursos são gratuitos e têm conteúdo em português.

Segundo a empresa, a plataforma já tem 648 cursos em português, sendo 49 de IA generativa.

"Já estou acostumada. Para mim, é um hábito."

Yuna Ku é jornalista do serviço coreano da BBC e mora em Seul, capital da Coreia do Sul. A jovem paga para reciclar seus restos de comida, que deposita em máquinas com sensores espalhadas por diferentes pontos onde mora — um condomínio com 2 mil apartamentos.

O sistema de reciclagem de resíduos alimentares da Coreia do Sul pode parecer estranho à primeira vista, mas transformou o país em exemplo para o resto do mundo.

Jae-Cheol Jang é professor no Instituto de Agricultura da Universidade Nacional de Gyeongsang, no sul do país, e coator de um estudo recente sobre o sistema coreano de reciclagem de resíduos de alimentos.

"Dados do Sistema Nacional de Manejo de Resíduos de 2022 mostram que a Coreia do Sul processa cerca de 4,56 milhões de toneladas de restos de alimentos por ano (vindo de casas, restaurantes e comércios menores)", disse Jang à BBC.

"Dessa quantidade, 4,44 milhões de toneladas são recicladas. Isso representa cerca de 97,5% dos resíduos de comida."

O número é impressionante.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a Agência Ambiental americana estima que, das 66 milhões de toneladas de resíduos de comida gerados em 2019 por restaurantes, casas e supermercados, cerca de 60% foram parar em aterros sanitários.

A ONU calcula que, em 2019, o desperdício de alimentos em casas, comércios e restaurantes chegou a 931 milhões de toneladas no mundo.

Mas como a Coreia do Sul consegue reciclar seus resíduos alimentares de forma tão eficiente? E o que ela pode ensinar a outros países?

Campanhas de conscientização e protestos
O sistema sul-coreano é resultado de um trabalho de décadas. Em 1996, o país reciclava apenas 2,6% dos seus resíduos alimentares, mas isso começou a mudar com a transformação econômica iniciada nos anos 1980.

"A década de 1980 foi um período fundamental para o desenvolvimento econômico da Coreia do Sul", explica o professor Jang.

"Com a industrialização e a urbanização, também surgiram problemas sociais, e um deles foi o manejo de resíduos."

A Coreia do Sul tem mais de 50 milhões de habitantes e uma densidade populacional alta, de mais de 530 pessoas por quilômetro quadrado.

Quem nunca recebeu uma ligação indesejada? Pode ser uma oferta de telemarketing ou até algum tipo de golpe.

São as chamadas "robocalls" ou "metralhadoras". Essas ligações automáticas são feitas por sistemas computadorizados para um grande número de pessoas e duram, no máximo, seis segundos, antes de cair.

Essas chamadas são classificadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como "ligações de curta duração". Por mês, cerca de 20 bilhões de ligações são disparadas no Brasil. Metade delas – 10 bilhões – é realizada por robôs programados para discar.

Durante um mês, o Fantástico investigou empresas que fornecem programas para ligações automáticas. A reportagem criou um negócio fictício que precisava usar o serviço de robocalls para aumentar as vendas, e entrou em contato com diferentes empresas e sites.

'Prova de vida'

A chamada rápida funciona como uma "prova de vida". Se as ligações são atendidas, indicam que o dono da linha está vivo e é um cliente em potencial.

O representante de um site que vende dados pessoais – os chamados "mailings" – ofereceu uma lista de contatos à reportagem. "Teste aí a lista, você vai entender que realmente está atualizadinha", diz ele. "É bem consistente mesmo. No mínimo, 100 mil, 150 mil registros, tranquilamente."

A reportagem pediu uma amostra com cadastros de profissionais liberais. O representante enviou dados de quase 70 pessoas, para tentar conquistas o cliente. A lista tinha nomes, e-mails, endereços, profissões e, o mais importante, telefones.

O psicólogo Matheus Arend, de Guaíba (RS), apareceu na lista. A reportagem conseguiu falar com ele, que disse nunca ter autorizado o uso de seus dados. "Eu me sinto bastante invadido", diz Arend.

Quando alguém recebe uma robocall, vê um número virtual, que não existe. Se a vítima tenta retornar a ligação, ouve uma gravação dizendo que o número digitado está incorreto.

Com as informações fornecidas pelos robôs, o atendente de um call center não perde tempo telefonando para números inexistentes. E, no telemarketing, tempo é dinheiro.

Um ex-funcionário de uma central de atendimento de telemarketing, que prefere não se identificar, usava o método. "O sistema filtra quais são os melhores números para ligar e passa isso para dentro da central, onde os atendentes começam a realizar os atendimentos com os clientes”, conta.

A morte de uma menina de 8 anos após inalar desodorante aerossol por conta de um desafio de rede social voltou a chamar a atenção para a importância de monitorar o que menores de idade acessam na internet.

O óbito de Sarah Raissa Pereira de Castro foi confirmado no domingo (13). Ela tinha sido hospitalizada na quinta-feira (10), após ser encontrada desacordada pelo avô ao lado de um celular, um frasco de desodorante e uma almofada encharcada pelo produto.

Este não foi o primeiro caso do tipo: em março, a menina Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, morreu pelo mesmo motivo.

As principais redes sociais dizem que só permitem usuários com mais de 13 anos de idade, mas são facilmente usadas por que está abaixo dessa faixa etária. Ainda assim, elas oferecem ferramentas de supervisão para pais.

Também é possível monitorar a atividade de crianças e adolescentes por meio de recursos do sistema operacional. O Google e a Apple permitem definir limites de tempo de uso e bloquear acesso a certos sites e aplicativos no Android e no iPhone, respectivamente.

Policiais e promotores de diferentes regiões do país estão se infiltrando em comunidades online — especialmente no Discord — para combater crimes brutais contra menores de idade. Entre as violações mais comuns estão a chantagem com fotos íntimas, indução à automutilação, estupro virtual e incitação ao suicídio.

O Fantástico deste domingo (6) mostrou como essas operações vêm sendo conduzidas para proteger as vítimas, alertar os pais e levar os agressores à Justiça (veja no vídeo acima).

Em uma sala dentro da Secretaria de Segurança Pública, policiais civis monitoram grupos criminosos e, em muitos casos, chegam aos envolvidos quando o crime estava prestes a acontecer — como em um caso de estupro virtual descrito por um dos investigadores.

 "A gente tava infiltrado e houve a explanação de uma menina, e a partir de então a gente começou monitorar a vítima e conseguimos chegar no endereço da mãe. Eu mesmo peguei o telefone, liguei para mãe e a mãe não acreditou", conta Lisandra Salvariego Colabuono, delegada de polícia.

"Ela disse 'não tem nada de errado aqui na minha casa' e eu disse: tem sim, a senhora vai até o quarto da sua filha, sua filha não está dormindo, sua filha vai ser vítima de um estupro virtual".

Os agentes trabalham dia e noite infiltrados nas comunidades no Discord e em outras redes. E também recebem denúncias de ativistas. O núcleo existe desde novembro de 2024.

"O nosso monitoramento é totalmente passivo, nós funcionamos como observadores digitais", conta Lisandra Salvariego Colabuono. "Hoje nós temos 92 vítimas de violência salvas. São vítimas que foram agraciadas com o poder de polícia, com a intervenção do estado."