O governo de São Paulo anunciou que, a partir desta segunda (5), o acesso a diversos aplicativos e plataformas de streaming será bloqueado nas escolas estaduais — tanto no ambiente pedagógico quanto no administrativo, ou seja, para alunos e funcionários.

A Secretaria da Educação informou que o objetivo da medida é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes e que o bloqueio já estava em vigor aos estudantes desde fevereiro de 2023. (leia íntegra abaixo)

O uso de celulares em escolas tem sido amplamente debatido e estudado por especialistas em educação ao redor do mundo. Muitos educadores argumentam que os aparelhos são importantes para a divulgação de informações e que, se usados corretamente e com moderação, podem ser ferramentas no processo de aprendizado.

Mas há também, na comunidade acadêmica, a preocupação de que o uso de celulares nas escolas limite ou atrapalhe a socialização dos estudantes, além de comprometer a atenção ao que os professores ensinam em sala de aula.

Estão na lista de suspensão os seguintes aplicativos:

TikTok (app de vídeos)
Kwai (app de vídeos)
Facebook (rede social)
Instagram (rede social)
GloboPlay (streaming)
Roblox (jogo)
Netflix (streaming)
Prime Video (streaming)
X/Twitter (rede social)
Twitch (streaming)
HBO Max (streaming)
Disney+ (streaming)
Steam (download de jogos e apps)

A suspensão ocorre na rede Wi-Fi e na cabeada.

Em nota enviada ao g1, a Secretaria de Educação disse:
"A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo mantém restrito, desde 13 de fevereiro de 2023, o acesso a aplicativos e plataformas sem fins educativos em salas de aula por meio da rede de internet cabeada e Wi-Fi nas escolas. Nesta segunda-feira, dia 5 de fevereiro, a medida passou a contemplar também os ambientes administrativos, que não poderão mais acessar esses conteúdos via cabo de rede. O uso já era restrito por Wi-Fi. O objetivo da medida é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes".

Outros casos ocorridos na pasta

Em agosto de 2023, depois da instalação sem consentimento de um aplicativo da Secretaria da Educação do estado de São Paulo em celulares de pais, alunos e professores da rede, a comunidade escolar afirma ter perdido o acesso a outras plataformas.

Nas redes sociais, muitos professores relataram que não estavam conseguindo mais acessar o e-mail institucional, por exemplo.

Um deles também disse que os alunos não podiam mais entrar no “Classroom”, área em que ficam as tarefas das aulas.

Questionado pelo g1, o governo de São Paulo disse que a decisão desta segunda (5), de bloquear os aplicativos, não tem relação com o erro do ano passado.

À época, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou à TV Globo não saber exatamente o que houve.

“Me parece que uma adaptação que estavam fazendo no app, houve um disparo inadequado e acabaram instalando quando não devia. Não tenho mais informações, vamos ter que apurar e superar”.

À época, em nota, a pasta informou que “instaurou um processo administrativo para apurar todas as circunstâncias relativas à instalação involuntária do aplicativo Minha Escola.

A falha ocorreu durante um teste promovido pela área técnica da Pasta em dispositivos específicos da Seduc. Essas contas são institucionais e destinadas ao uso pedagógico e profissional, sendo gerenciadas pelo departamento técnico, e foi apenas utilizada pela Pasta, sem qualquer informação pessoal sendo incluída".

Um problema similar ocorreu no Paraná, em novembro do ano passado, quando o secretário da Educação paulista, Renato Feder, ainda era chefe da Educação no estado do Sul.

De uma hora para outra, um aplicativo da secretaria apareceu em celulares de professores e alunos de rede pública do estado. Naquela ocasião, a pasta também disse que foi um erro.

G1