O que você precisa comer para envelhecer mais lentamente
Uma pessoa de 20 anos tem, em média, mais 57 anos de expectativa de vida. Isso equivale a 20 mil dias, ou meio milhão de horas, ou um milhão de meias horas. Foi assim que pesquisadores criaram o conceito de “microvida”: cada “janela” de 30 minutos de expectativa de vida dentro do milhão que nos cabe a partir da juventude. Pois saibam, queridos leitores, que comer um hambúrguer está associado à perda de uma “microvida” – o mesmo que fumar dois cigarros. A informação, que grudou no meu cérebro feito música chiclete, está no novo livro do médico Michael Greger, recém-lançado no Brasil: “Comer para não envelhecer: conheça o poder dos alimentos capazes de retardar os efeitos do tempo na sua saúde”.
Ele diz que levou três anos para digerir os dados científicos sobre envelhecimento disponíveis em 20 mil artigos, aproveitando para fazer um alerta sobre a enxurrada de falácias cujo objetivo é promover produtos que fazem promessas absurdas, mas que soam irresistíveis. Na verdade, apenas 18% dos idosos podem ser enquadrados na categoria do envelhecimento “bem-sucedido”, que não significa ter dinheiro no bolso, e sim uma boa saúde, livre de doenças crônicas e invalidez. “Os genes carregam a arma, o estilo de vida aperta o gatilho”, resume.
A frase poderia ser o mantra do blog, que há anos vem batendo nessa tecla. Greger, que também é especialista em nutrição, segurança alimentar e saúde pública, fez uma pesquisa extensa, que resultou num calhamaço de mais de 700 páginas, com outras tantas 995 somente de referências que estão disponíveis on-line. No entanto, consegue transformar termos científicos em conteúdo acessível. Por exemplo, você aprende que a AMPK é uma enzima que funciona como uma espécie de sensor de energia. É ativada quando comemos menos ou nos movimentamos mais, como se o corpo quisesse compensar um estado de déficit.